Perguntas e Respostas para Pacientes
O Serviço de Cirurgia do Quadril do Hospital Ortopédico de Passo Fundo apresenta um guia da Sociedade Brasileira do Quadril, desenvolvido com profundo embasamento científico, para sanar as dúvidas mais frequentes sobre consultas, patologias e técnicas cirúrgicas.
Diversos pacientes se perguntam: Por que escolher um especialista em cirurgia de quadril? Esse é um questionamento importante que pretendemos esclarecer aqui.
A figura do médico nos primórdios da medicina era de um profissional que era capaz de diagnosticar e tratar qualquer enfermidade. Com a evolução da medicina nos últimos séculos, houve o desenvolvimento de inúmeras especialidades médicas, sendo que hoje existem mais de 50 registradas na Associação Médica Brasileira. Em cada uma dessas especialidades existem diversas (às vezes dezenas!) de subespecialidades. Essa subespecialização foi necessária devido à existência de um universo de diagnósticos e procedimentos, o qual é impossível um profissional dominar por completo.
Os especialistas em cirurgia de quadril são médicos (graduação de 6 anos), que completaram a residência em Ortopedia e Traumatologia (treinamento de 3 anos) e concluíram curso de especialização em cirurgia de quadril (1 ano).
A Sociedade Brasileira de Quadril (SBQ) tem critérios rígidos para novos membros: deve ser aprovado na avaliação oficial da sociedade (conhecimentos teóricos e práticos), deve ter realizado treinamento em cirurgia de quadril em serviço credenciado e comprovar atividades acadêmico-científicas na área.
A Sociedade Brasileira de Quadril certifica-se da qualidade dos centros de treinamento e tem atividade permanente na educação continuada dos já especialistas em quadril.
Portanto, escolher um especialista da SBQ é a segurança de estar selecionando um profissional qualificado, com treinamento certificado em cirurgia de quadril, ou seja, é escolher um “expert” em cirurgia de quadril.
O quadril é a articulação (junta) que liga o osso da coxa (fêmur) ao osso da bacia (pélvis), permitindo os movimentos dos membros inferiores.
No quadril normal a cabeça do fêmur e a pélvis são cobertos por uma cartilagem macia que permite o fácil deslizamento da cabeça do fêmur dentro da cavidade (acetábulo). Uma articulação, normal deve possibilitar os movimentos do quadril em várias direções, ser estável e indolor.
Existe uma serie de condições que causam doenças na articulação do quadril. Em quase todos os casos a cartilagem articular está afetada e muitas vezes ausente (quadro conhecido como “desgaste do quadril”). Nesta situação o osso do fêmur começa a raspar no osso da bacia, em vez de estar separado pela cartilagem articular. Esse contato dos ossos produz dor e pode às vezes ser sentido pelo paciente, como se alguma coisa estivesse raspando dentro de seu quadril. Por vezes pode-se até‚ ouvir um estalido no lugar. A medida que a doença se agrava, os movimentos do quadril podem tornar-se mais limitados, e surgem dificuldades para andar e exercer algumas atividades do dia a dia.
Artrose
A mais comum das doenças que causam dor no quadril é a Artrose que é o resultado do desgaste da cartilagem articular do quadril. A Artrose pode ser causada por traumatismos antigos, por alterações congênitas (isto é, de nascimento) da forma do quadril, por algumas doenças da infância e da adolescência que tenham afetado o quadril, ou pelo desgaste puro da cartilagem sem razão aparente. Outra doença que afeta o quadril com freqüência‚ é a Artrite Reumatóide. Esta produz alterações em diversas juntas no organismo, e‚ muito mais um problema generalizado que uma doença localizada.
Dor no quadril
A dor provocada pelos problemas de quadril geralmente é sentida na virilha, correndo pela coxa até‚ o joelho. Por vezes essa dor no joelho é tão intensa que o paciente, e eventualmente também o médico, acredita que o problema esteja no joelho e não no quadril. Dores na coluna também às vezes são confundidas com dores no quadril.
Artroplastia Total de Quadril
O que é? É uma cirurgia que substitui a cartilagem e os ossos afetados por uma articulação artificial (prótese), composta por uma superfície plástica acoplada ao osso do quadril e por uma estrutura de metal inserida na parte superior do osso da coxa (cabeça do fêmur).
Quando se submeter a uma cirurgia? O principal objetivo dessa cirurgia é diminuir a dor da articulação e a incapacidade de realizar movimentos que, normalmente, decorrem da Artrose ou Artrite, mas também podem ser causados por quedas que levem a Fraturas de Quadril.
Quando a dor é muito severa, o indivíduo evita usar a articulação, causando assim, a atrofia dos músculos que a movimentam. Essa cirurgia é indicada, apenas, depois de todos os outros tratamentos conhecidos foram realizados, sem obtenção do alívio da dor.
É uma síndrome caracterizada por dor na sínfise púbica, com irradiação para as regiões inguinais (virilha) e inferior do abdome, podendo estar associada a graus variáveis de impotência funcional e de fraqueza muscular nesta região.
As queixas normalmente se iniciam leves e incipientes e, geralmente, com o passar do tempo, evoluem a situações que restringem os esforços físicos e as obrigações corriqueiras do dia a dia, interferindo diretamente nas atividades laborais (de trabalho), esportivas e mesmo sexuais. Quando ocorre com início súbito, durante alguma prática esportiva, deve-se pensar em lesões musculares.
Essa condição clínica é comum nos atletas de alto rendimento, porém, com o aumento das práticas esportivas recreativas, as pessoas “comuns” tornam-se cada vez mais suscetíveis, havendo um aumento considerável no número de casos.
Normalmente acometem praticantes de atividades físicas que necessitem de arrancadas, mudanças bruscas de direção, chutes, corridas frequentes, sendo, em nosso meio, o futebol o esporte com a maior prevalência de pessoas acometidas.
Sua causa pode ser variada e estar associada a alterações mecânicas musculo esqueléticas e ou sistêmicas. Nas de origem mecânica, alterações no formato dos quadris, como no Impacto fêmoro acetabular, artrose primária dos quadris ou da pube, hérnias musculares inguinais e ou crurais, desequilíbrio nas inserções musculares ao nível dos quadris e pube e fraturas por estresse, são as mais comuns associadas. Nas causas sistêmicas, infecções urinárias, pós-operatório de cirurgias de baixo ventre( ginecológicas e urinarias) e fibromialgia dentre outras, podem estar associadas.
O exame clínico apresenta, em geral, as seguintes características:
- dor crônica na sínfise púbica;
- piora com flexão do tronco e com exercícios abdominais;
- piora no apoio monopodal (apenas um pé no chão);
- Dor à adução forçada ("Squeeze Test");
- Dor à palpação do púbis e dos adutores da coxa.
Os exames radiológicos demostram alterações variáveis de acordo com a evolução da doença. Radiografias simples, ultrassonografia e ressonância magnética são de grande auxílio ao diagnóstico, podendo evidenciar:
- Osteoporose na região da sínfise, com irregularidade da superfície articular;
- Sinais avançados de degeneração articular (osteoartrite ou artrose) com presença de geodes (cistos) subcondrais e calcificações;
- A ressonância magnética evidencia edema ósseo, irregularidade da cartilagem da sínfise, edema e lesões miotendíneas / da aponeurose conjunta dos músculos.
- Todos os exames acima também podem auxiliar no diagnóstico de outras causas, cuja a principal manifestação clinica seja a dor na pube (Ex: Hérnia inguinal, Impacto fêmoro acetabular etc. )
O tratamento, na maioria dos casos, é conservador e prolongado. Medicações analgésicas e anti-inflamatórias, repouso, fisioterapia, reabilitação e alongamentos, por, no mínimo, 6 a 8 semanas ou mais. Necessariamente deve ser multidisciplinar e o paciente deve mudar seus hábitos de vida e de gestos esportivos neste período.
O tratamento cirúrgico é reservado para as condições sem melhora com as medidas conservadores bem aplicadas, algo em torno de 5 a 10% dos casos, e deve ser direcionado à gênese da doença, podendo envolver desde tenotomias, reparo das estruturas tendinosas, podendo chegar à ressecção trapeizoidal da sínfise púbica com o necessário cuidado para não se desencadear um quadro de instabilidade.
A reabilitação pós-operatória deve ser instituída imediatamente após a operação, conduzida de acordo com etapas bem estabelecidas. Nos casos cuja a causa não seja propriamente da pube, deve-se tratar a causa que esta descompensando e causando as dores na pube (Ex: tratamento da hérnia inguinal, do impacto fêmoro acetabular etc.)
A fratura do fêmur proximal, tanto do colo do fêmur como da região transtrocanteriana, acomete mais o paciente o idoso. Acontece devido a maior tendência a acidentes doméstico nesta fase de vida: como quedas de própria altura, diminuição da acuidade visual, diminuição de força muscular e reflexos (reação de defesa), pressão arterial lábil, doenças neurológicas, e a facilidade de fraturas pela presença de osteoporose, dentre outras causas. Nos pacientes jovens a principal causa está relacionada a traumas de alta energia, como acidentes automobilísticos e ou moto ciclísticos dentre outras.
O envelhecimento representa a passagem do tempo, não a doença, sendo um processo individual, natural e fisiológico. Definir envelhecimento como idade cronológica acima de 60 anos ou mais não é preciso, a própria Organização Mundial de saúde (OMS) reconhece que, qualquer que seja o limite mínimo adotado é importante considerar que as alterações que acompanham o envelhecimento variam de acordo com as condições de saúde, nível de participação na sociedade e nível de independência em diferentes contextos.
Os dois pontos básicos de atuação do leigo nesta entidade: fratura do fêmur proximal no idoso (fraturas transtrocantéricas e de colo femoral) são:
- Prevenção de Quedas
- Consciência do atendimento e tratamento ortopédico precoce
A queda é provocada por circunstâncias multifatoriais, resultando ou não em dano. Considerando-se queda quando o paciente é encontrado no chão ou quando, durante o deslocamento, necessita de amparo, ainda que não chegue ao chão. A queda pode ocorrer da própria altura, da maca/cama ou assentos (cadeira de rodas, poltronas, cadeiras, cadeira higiênica e vaso sanitário). Prevenir quedas a longo prazo significa a rigor fazer profilaxia de doenças clinicas crônicas priorizando hábitos de vida saudável baseados em boa alimentação e atividades físicas de rotina.
Com relação aos fatores ambientais e organizacionais causadores de queda no domicílio, podem ser citados: pisos desnivelados, objetos largados no chão, presença de animais, calçados sem solados antiderrapantes e altura inadequada da cadeira e sem apoio para auxílio ao levantar e sentar.
Assim intervenções são necessárias na avaliação do risco de queda no domicílio como agendamento dos cuidados de higiene pessoal, revisão periódica da medicação, atenção aos calçados utilizados, atenção a incursões noturnas ao levantar da cama para ir ao banheiro ou cozinha e educação dos pacientes e familiares. Esgotados esforços de prevenção e mesmo assim deparando-se com o acidente doméstico com o idoso, uma avaliação médica ortopédica precoce é essencial para um diagnóstico e tratamento adequado.
A confirmação da queda, identificação clínica de dor em quadril ou pelve associada à impotência e eventuais deformidades ou encurtamentos do membro acometido, indicam encaminhamento imediato para atendimento de emergência ortopédico com acionamento de atendimento domiciliar para remoção do indivíduo de preferência em ambulância. O idoso que cai e não consegue andar ou claudica (manca) referindo dor na virilha ou na coxa, deve ser avaliado por um ortopedista. Fraturas incompletas ou pouco desviadas podem permitir a deambulação dando a falsa impressão de não ter tido consequências mais serias. Continuar andando pode completar e/ou desviar a fratura implicando em maior gravidade na lesão e ou tratamentos mais complexos e com maior risco.
No contexto do diagnóstico e tratamento precoce pretende-se atingir o objetivo na abordagem médica destas fraturas que são:
- Cirurgia precoce, que inclui a fixação da fratura ou a substituição da articulação por uma prótese de quadril, dependendo da fratura.
- Fisioterapia e posição sentada o mais breve possível, a fim de trazer o idoso ao seu ambiente e rotina, evitando assim outras comorbidades como depressão, infecções oportunistas como urinaria e pneumonia, que são na maioria das vezes causa de complicações associadas a estas fraturas.
- Retorno ao convívio social
O quadril é uma articulação onde o osso da coxa (fêmur) se encontra com a pelve (acetábulo), como se fosse uma bola em um soquete. O movimento do quadril se faz com a cabeça do fêmur que deve ser totalmente esférica, e se articula com o acetábulo que também deve ser esférico e congruente (encaixado) na cabeca. Durante o movimento de flexão do quadril, o colo do fémur pode entrar em contato de forma anormal, devido a uma deformidade da cabeça do fêmur ou do acetábulo.
Essas alterações no formato e no funcionamento biomecânico do quadril é conhecido como Impacto Femoroacetabular (IFA). Podemos dizer que existe três tipos de impacto, CAM ou CAME, PINCER e Misto.
O primeiro, seria devido as alterações no formato entre o colo e cabeça do fêmur, defeito conhecido como CAM ou CAME. Nesta alteração, ocorre a perda da esferecidade da cabeça do fêmur em relação ao acetábulo. Nestes casos, quando o paciente realiza o movimento de flexão e rotações, principalmente a rotação interna do quadril, como por exemplo entrar ou sair do carro ou ficar agachado, ocorre um impacto da deformidade da cabeça com a superfície acetabular. Isso pode provocar dor e resultar em alguns casos uma lesão do labrum ( cartilagem de proteção e que auxilia na lubrificação do quadril, localizada na periferia do acetábulo) ou desencadear uma artrose precoce da articulação do quadril.Essa lesão é mais comum no jovem atleta do sexo masculino numa relação de 3:1.
O segundo tipo, seria a cabeça do fêmur normal em contato com um acetábulo anormal, profundo ou retrovertido ( virado mais para trás), com uma cobertura maior que a normal sobre a cabeça do femur. Este tipo é chamado de tipo Pincer. Nestes casos o labrum pode ficar aprisionado, sofrer escoriações, pode achatar, degenerar, ocorrer formação de cistos ( lesões degenerativas) e ossificações.Também em alguns casos pode estar associado ao apareceimento de artrose precoce. Essas lesões são mais comuns em jovens do sexo feminino. A clínica tambem é similar ao tipo CAM, com piora na flexão e rotação do quadril.
O terceiro tipo, é o combinado ou misto, impacto tipo misto CAM e PINCER, que é o mais comum, pois essas alterações raramente ocorrem isoladas.
Sinais e sintomas:
O inicio pode ser gradual ou associado a um episódio agudo de dor. A dor em geral é maior durante a atividade física, gestos esportivos repetitivos ou determinados períodos em que o paciente fica em determinadas posições. Dores piora com movimentos de flexão, adução e rotações do quadril, principalmente a rotação interna. Pode apresentar movimento articular reduzido e em alguns casos pode-se ouvir estalidos em determinados movimentos do quadril. Devido a alteracão mecânica da articulação do quadril, descompensações nas articulações da pube, sacro íliacas e coluna lombar, podem ocorrer, e o paciente pode apresentar dores nestas regiões ( pubalgia, sacroileíte e lombalgia e ou lombociatalgia). O diagnóstico é clínico e por exames de imagens. O exame físico é parte importante para o diagnóstico, pois nem todo paciente com deformidades mecânicas ou morfológicas do tipo CAME, PINCER ou Mistos são sintomáticos, devendo ser investigado outras causas das dores no quadril.
Exames complementares:
É extremamente importante a Radiografia da Pelve (Bacia) e da articulação coxo femoral. Em alguns casos a Tomografia Axial Computadorizada e ou a Ressonância Nuclear Magnética ou Artroressonancia do quadril podem ser solicitadas conforme a necessidade ou não pelo médico assistente. Nem sempre há necessidade de todos os exames para comprovar diagnóstico.
Tratamento:
O Tratamento conservador não cirúrgico pode ser utilizado em casos específicos sendo principalmente baseados na modificação da atividade física, gesto esportivo, e mudar estilo de vida evitando atividades que causam dor, como flexões e rotações dos quadris ou atividades de impacto.
Fisioterapia para reequilíbrio muscular e postural podem auxiliar na tentativa de mudar hábitos e diminuir o impacto e consequentemente a dor e a degeneração. Porém os resultados são muito discutíveis e depende de cada tipo de deformidade e resposta ao tratamento nao cirúrgico. Medicação analgésica com anti inflamatórios, nas crises de dores podem ser administrados.
O tratamento cirúrgico é o mais efetivo na presença da patologia bem diagnosticada, podendo ser aberto (cirurgia convencional) ou artroscópio. Nestes casos trata-se a deformidade predominante, retirando as deformidades morfológicas patológicas CAME, PINCER ou Mistas. Além da reirada das deformidades, pode-se tratar as lesões do labrum com ressecções parciais, suturas ou reconstrução do mesmo. Nas lesões da cartilagem tanto da cabeça femoral como no acetábulo pré existentes, os métodos de tratamento são pouco resolutivos.
A osteonecrose da cabeça femoral, também conhecida por necrose avascular da cabeça femoral é causada por distúrbio de sua vascularização (circulação vascular). Acomete preferencialmente o adulto jovem, de terceira à quinta década e pode causar incapacidade devido a necrose propriamente e a artrose secundaria que acomete a articulação. Esta condição está associada a vários fatores predisponentes, como por exemplo o alcoolismo, sequelas de trauma, uso de corticoides e a doença da gota, que são as mais comuns encontradas. Com frequência a osteonecrose da cabeça femoral acomete os quadris dos dois lados. O sexo masculino é o mais afetado.
A clínica é dor, que pode ser de início súbito ou progressivo, geralmente acomete a região inguinal (virilha), mas não obrigatoriamente, com irradiação para região interna da coxa e joelho. Além da dor, o paciente apresenta progressivamente limitação da mobilidade do quadril acometido, com dificuldade de calçar calçados, amarrar cadarços e cortar unhas dos pés.
A osteonecrose da cabeça femoral é frequentemente progressiva, isso é, a cabeça vai necrosando (morrendo). Quando a doença progride ocorre colapso (desabamento) da cabeça femoral, com isso a cartilagem articular que está apoiada sobre o osso, perde sustentação e acaba degenerando e morrendo (artrose), causando dor e perda da função do quadril.
Em alguns casos, entretanto, a doença mantém-se estacionária ou evolui muito lentamente. Neste caso, os sintomas são leves ou ausentes, podendo permanecer desta maneira por longo período de tempo.
O tratamento da necrose do quadril pode ser dividido em conservador e cirúrgico. No tratamento conservador deve-se orientar bem o paciente a respeito de sua patologia e sua evolução, orientar a alteração dos hábitos de vida, com realização de atividades físicas sem impacto de fortalecimento e alongamento da musculatura do quadril e membros inferiores, perda de peso e o uso de órteses (bengalas e muletas) caso dores fortes. Medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios, são utilizados nas crises de dores, devendo-se evitar o uso continuo. Os medicamentos condroprotetores são uma opção tanto no tratamento da dor como na tentativa de manutenção da cartilagem residual, porém com resultados muitos discutidos na literatura médica. Fisioterapia para analgesia e reequilíbrio muscular, assim como atividades sem impacto como bicicleta e atividades aquáticas e ou de academias podem auxiliar na manutenção do quadro clinico. Estas medidas são apenas maneiras de retardar a progressão da doença ou o alivio sintomático.
O tratamento cirúrgico pode ser conduzido de formas diferentes. A determinação do tipo de procedimento cirúrgico deve ser individualizada para cada paciente, considerando a idade, etiologia da doença, atividade do paciente, amplitude de movimentos e da bilateralidade ou não da doença.
Os procedimentos podem ser divididos em três tipos:
- Descompressão da cabeça femoral (realização de perfurações na cabeça femoral na tentativa de diminuir a pressão da cabeça femoral e tentar estimular a nova circulação da cabeça femoral).
- Os que preservam a articulação: osteotomias (mudanças na posição dos ossos da articulação do quadril).
- Os que substituem a articulação: artroplastias (próteses totais de quadril).
A palavra displasia é originária dos termos Gregos dys (má) e plasis (formação). Na Ortopedia, este termo se refere ao desenvolvimento anormal de uma região do corpo. A displasia do desenvolvimento do quadril (também conhecida pela sigla D.D.Q.) se refere a quadris instáveis. Nestes, geralmente a cobertura da cabeça do fêmur é insuficiente. É um quadro de gravidade variável, podendo haver desde pequenas alterações que podem passar despercebidas por um longo período até luxações francas, quando o quadril já nasce totalmente “desencaixado”. Importante notar que, apesar de ser classicamente considerada como uma doença da primeira infância, pode se desenvolver também durante o crescimento do indivíduo.
Quais são os sintomas?
Nos recém nascidos, é muito importante a avaliação precoce com o pediatra ou com o ortopedista para a detecção da DDQ, pois ela geralmente é indolor. Através do exame físico, o médico pode detectar sinais clínicos suspeitos e prosseguir com uma investigação por imagem se for necessário. Na idade adulta, a DDQ pode tornar-se dolorosa. Geralmente a dor é crural (na virilha), podendo ser também dor do lado de fora do quadril. Podem haver sintomas mecânicos tais como: bloqueios da articulação, falseios ou estalidos. É sempre muito importante a avaliação do Ortopedista para ter-se um diagnóstico preciso. A DDQ é uma causa de desgaste precoce da articulação, sendo ainda uma das indicações mais comuns de prótese total de quadril em adultos jovens.
Quais são as causas?
As causas da DDQ ainda não são totalmente conhecidas, mas sabemos hoje que existe relação genética, sendo que a história familiar é um fator de risco importante. É mais comum nas meninas (80%) e também tem relação com a posição intra-uterina de apresentação pélvica, ou seja, quando o feto encontra-se “sentado” dentro do útero. O hábito que alguns povos têm de enrolar os seus recém nascidos como um “charuto” também pode contribuir para o aparecimento da DDQ.
Como é o tratamento?
O tratamento depende da idade do diagnóstico e da gravidade do caso. Quanto mais precoce o diagnóstico e menor a gravidade da displasia, melhores serão as chances de um bom resultado. Na infância, podem ser usadas órteses para corrigir casos mais leves. Em situações de maior gravidade, o tratamento cirúrgico é necessário. Nesta fase, o tratamento tem como objetivo principal manter o quadril bem centralizado. O tratamento cirúrgico pode envolver várias técnicas, inclusive com osteotomias (cortes nos ossos) do fêmur ou da bacia, para corrigir as deformidades. No adulto, o tratamento varia de acordo com a presença ou não de desgaste de cartilagem e de acordo com a gravidade da deficiência de cobertura. Pode envolver osteotomias de correção ou prótese de quadril em casos mais avançados.
Como se trata de uma deformidade estrutural, o tratamento não-cirúrgico nem sempre traz benefícios, mas novamente a avaliação de um ortopedista é fundamental para delinear um plano de tratamento. Outro grupo de osteotomias envolve a correção do ângulo e da rotação do fêmur, sendo estas mais indicadas nas crianças, podendo ser associadas ou não a uma osteotomia pélvica. Em adultos, suas indicações diminuíram nos últimos anos por conta da melhora tecnológica das próteses de quadril. Hoje, estas abordagens podem eventualmente ser complementadas através da luxação cirúrgica ou da artroscopia do quadril, possibilitando, em casos bem selecionados, um tratamento mais amplo através da abordagem de eventuais problemas intra-articulares.
Conclusões:
A DDQ é uma causa importante de artrose. O diagnóstico e o tratamento precoce devem sempre ser almejados. A indicação do melhor tipo de tratamento depende de vários fatores e deve ser feita de modo individualizado, preferencialmente através da avaliação de um médico ortopedista.
É uma inflamação da bursa, que é um tecido sinovial localizado na porção lateral do quadril, que serve de proteção entre o músculo lateral da coxa e o ponto mais proeminente do osso do fêmur, chamado de trocânter maior. Esta inflamação resulta em dor na face lateral da coxa muitas vezes com irradiação para nádega e joelho.
A bursite trocantérica muitas vezes é de causa desconhecida, acomete mais mulheres que homens, e pode ser causada por vários fatores, abaixo os mais comuns:
- Contusão desta região resultante de queda sobre o quadril ou traumatismo em algum objeto;
- Pressão prolongada sobre o trocânter maior (deitar sobre o quadril ou ficar muito tempo em mesma posição);
- Sobrecarga mecânica, resultante de atividade física ou de trabalho em excesso;
- Relacionada à outras doenças como artrite reumatóide, gota, psoríase, patologias da tireóide, fibromialgia ou processos infecciosos;
- Cirurgias prévias no quadril e ou coluna, que podem mudar a mecânica dos quadris, e aumentar a possibilidade de piora das dores;
- Formato Ginecoide do quadril (quadril largo – culote), característico das mulheres;
- Alterações hormonais, principalmente após a menopausa nas mulheres, causada por diminuição da lubrificação;
- Quanto maior a idade, maior a predisposição, porem pode acometer qualquer idade.
A dor resultante da bursite trocantérica fica localizada na região lateral do quadril e piora com a palpação dessa região, podendo ser tipo pontada, ou queimação. A piora da dor pode ser acentuada ao deitar sobre o quadril acometido, levantar de uma cadeira mais baixa ou sair do carro, corridas principalmente em subidas e descidas, assim como subir ou descer escadas, dentre outras atividades.
A avaliação e história clínica, costumam ser conclusiva, mas exames de imagem podem auxiliar no diagnóstico. Os exames utilizados no diagnóstico podem ser radiografias, ecografia (ultrassonografia) e ressonância magnética. Os exames de imagem podem ajudar também na identificação de lesões associadas, como tendinites ou lesão do tendão dos músculos glúteos médio e mínimo, artrose coxo femoral e outras alterações patológicas.
O tratamento pode incluir redução das atividades nos casos de sobrecarga articular, aplicação de gelo no local, analgésico, uso de anti-inflamatórios não esteroides via oral e de injeções/infiltrações de corticosteroides no local da inflamação.
Sessões de fisioterapia motora são parte importante do tratamento, onde são realizadas medidas de analgesia, alongamentos e reforço muscular para reequilíbrio da função e musculatura do quadril e coluna quando necessário. A mudança nos hábitos de vida, e conscientização corporal, evitando as atividades que causam dor e aumentando as atividades de alivio, principalmente realizando o alongamento e reequilíbrio postural e muscular, são fundamentais para auxilio no tratamento.
Em casos com dor e inflamação resistentes ao tratamento conservador, o tratamento cirúrgico pode ser necessário, apesar de raramente ser indicado pelo risco de não alivio completo dos sintomas ou recidiva da dor. A cirurgia pode ser aberta ou por via endoscópica (por vídeo) e consta da ressecção da bursa trocantérica, liberação da musculatura da coxa e em alguns casos sutura dos músculos rompidos.
A articulação do quadril é formada pelo encontro do osso chamado fêmur com o acetábulo (porção articular do osso da bacia/pelve). A cabeça femoral está unida ao fêmur pelo colo do fêmur. É recoberta por uma cápsula articular, que envolve toda a articulação, desde o colo até o acetábulo, atuando no auxílio da estabilidade da articulação e produção do líquido sinovial, responsável pela lubrificação e nutrição da cartilagem articular. A cartilagem articular recobre estas duas superfícies de deslizamento, cabeça e acetábulo. Ao redor do acetábulo está o labrum (lábio), uma estrutura fibrocartilaginosa como se fosse um menisco do quadril, que auxilia na estabilidade, amortecimento e lubrificação da articulação. No interior da articulação está o ligamento redondo da cabeça femoral, pelo qual entra a artéria do ligamento, que nutre a cabeça femoral principalmente na sua fase de crescimento.
A artrose do quadril é uma doença degenerativa crônica, caracterizada pelo desgaste progressivo da cartilagem articular e pela neoformação óssea nas superfícies e margens articulares (“bicos de papagaio”). Também conhecida como osteoartrose, osteoartrite e artrite degenerativa do quadril, ou simplesmente coxartrose.
A coxartrose acomete, na maioria das vezes, pacientes idosos, preferencialmente mulheres e, em geral, não se tem uma causa exata da sua origem, recebendo o nome de coxartrose primária. História familiar e antecedentes genéticos podem estar associados a estas causas. A coxartrose secundária pode acometer idosos e jovens e é decorrente de doenças prévias do quadril, como as da infância (Legg-Calvé-Perthes, escorregamento da epífise proximal do fêmur (epifisiólise), artrite séptica (infecção), displasia do desenvolvimento do quadril ( luxação congênita), impacto femoroacetabular, doenças inflamatórias (reumatismos), sequelas de fratura, operações prévias, dentre outras causas etc.
É uma das afecções mais incapacitantes do aparelho locomotor, pois o quadril é uma articulação de carga, com grande amplitude de movimentos, e mesmo pequenas alterações podem levar a um déficit funcional significativo. O principal sintoma é a dor localizada no quadril (“dor na virilha”), de caráter contínuo e início insidioso, que, em geral, é referida ao longo da face interna da coxa e do joelho. A dor aumenta com a carga, com a movimentação do quadril, com atividades de impacto (correr, saltar, pular, etc.). O frio e a noite podem intensificá-la. Limitação da mobilidade, com dificuldade de colocar as meias, cortar as unhas e lavar os pés ou cruzar as pernas, rigidez articular após o repouso e crepitação (estalidos) são relatados pelo paciente.
O exame de eleição para o diagnóstico da coxartrose é a radiografia em AP da pelve (panorâmica da bacia) e a incidência em perfil da articulação do quadril acometido. Outros exames, como ressonância magnética e tomografia axial computadorizada quase não são necessários, salvo quando o médico assistente queira descartar outras doenças.
O tratamento da coxartrose pode ser dividido em não cirúrgico (conservador) e cirúrgico. No primeiro, deve-se orientar bem o paciente a respeito de sua doença e a evolução da mesma, recomendar a alteração dos hábitos de vida, com realização de atividades físicas de baixo impacto, de fortalecimento e alongamento da musculatura do quadril e dos membros inferiores, perda de peso e o uso de órteses (bengalas) no caso de dor forte. Medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios são utilizados nas crises dolorosas, devendo-se evitar o uso continuo. Os medicamentos condroprotetores são uma opção tanto no tratamento da dor como na tentativa de manutenção da cartilagem residual, porém com resultados muitos discutidos na literatura médica. Fisioterapia para analgesia e reequilíbrio muscular, assim como atividades de baixo impacto como bicicleta, atividades aquáticas e/ou em academias podem contribuir para manutenção do quadro clinico. Estas medidas são apenas maneiras de retardar a progressão da doença e proporcionar ao paciente um alivio sintomático.
O tratamento cirúrgico pode ser conduzido de formas diferentes. A determinação do tipo de procedimento cirúrgico deve ser individualizada para cada paciente, considerando a idade, etiologia (causa), atividade do paciente, amplitude de movimentos e da bilateralidade ou não da doença.
Os procedimentos podem ser divididos em três tipos:
- os que preservam a articulação: osteotomias (mudanças na posição dos ossos da articulação do quadril) e artroscopias.
- os que substituem a articulação: artroplastias (próteses) totais de quadril (ATQ).
- os que fusionam a articulação: artrodeses (deixar rígida a articulação do quadril).
Do ponto de vista prático, em estágios incipientes ou iniciais, as opções preservadoras são preferíveis. Já nos casos mais avançados, a artroplastia total do quadril é o procedimento de escolha, sendo, inclusive, considerada a operação de maior sucesso do século XX. Atualmente, a artrodese é uma técnica em desuso, sendo reservada apenas em situações muito específicas.
O impacto femoroacetabular (IFA) do tipo CAM é um dos tipos de deformidades ósseas que levam ao contato (impacto) anormal entre a cabeça do fêmur e o acetábulo na articulação do quadril. Essa deformidade ocorre devido a um excesso de formação óssea na transição entre a cabeça com o colo do fêmur. As principais causas podem estar associadas a lesões na infância da cartilagem de crescimento da cabeça femoral, por exemplo a epifisiólise (escorregamento da cabeça femoral), degenerativas, traumáticas ou por micro traumas de repetições em atividades esportivas e ou de trabalho.
O excesso ósseo na cabeça femoral leva à mudança do formato da articulação do quadril, e isso causa um contato mecânico anormal entre as bordas ósseas da cabeça femoral com o rebordo do acetábulo, podendo causar lesões no labrum e na cartilagem da articulação do quadril. Quando observamos alterações morfológicas na cabeça do fêmur e no acetábulo, chamamos de impacto tipo MISTO.
A artroscopia do quadril para impacto femoroacetabular (IFA) pode ter excelentes resultados, desde que as indicações sejam precisas e o cirurgião tenha conhecimento e treinamento necessários, pois é um procedimento com uma curva de aprendizado difícil e longa. Para o paciente com má indicação, ou com ortopedistas não treinados adequadamente, esta pode ser uma cirurgia que não apresente os resultados esperados pelos pacientes.
O objetivo da cirurgia do impacto femoroacetabular é reconstituir o contorno esférico da cabeça femoral, do acetábulo, reparar e reconstruir as estruturas danificadas como labrum, cápsula articular. E, em alguns casos, tentar melhorar a cicatrização da cartilagem articular. Os avanços no equipamento e na técnica contribuíram para um aumento no número de procedimentos de artroscopia do quadril realizados no Brasil, e a tornaram uma das opções de tratamento mais comuns para impacto femoroacetabular.
Pincer é a forma de impacto femoroacetabular (IFA) que ocorre devido ao excesso de crescimento ósseo, da borda acetabular ou por aumento da profundidade da cavidade do acetábulo (coxa profunda). Quando o paciente faz uma flexão do quadril acima de noventa graus, associada ou não as rotações do quadril, a transição entre o colo e a cabeça femoral colidem contra o excesso de osso do reboro do acetábulo, podendo desencadear dor, lesão labral e da cartilagem articular. Essas alterações podem ser decorrentes de alterações da formação óssea do acetábulo durante a fase de crescimento do paciente, preferencialmente nas mulheres ou por calcificações durante a vida.
- Dor na virilha associada a movimentos da coxa, principalmente nas atividades de flexão do quadril acima de 90 graus e rotações internas e externas. Exemplos: entrar e sair do carro, agachamentos, atividades físicas que solicitam movimentos laterais e flexão do quadril.
- Dor na frente, do lado e atrás do quadril.
- Dor aguda ou pontada do quadril.
- Sensação de travamento, estalo ou falseio ‘’falha” quadril.
- Dor profunda no quadril após longa caminhada ou durante longo tempo sentado.
- Dificuldade para subir ladeira.
- Restrição dos movimentos do quadril.
- Dor na região lombar baixa.
- Dor na nádega.
- Dor na região púbica.
O tratamento pode ser cirúrgico ou não cirúrgico. O tratamento não cirúrgico não irá mudar a anormalidade óssea do quadril, que é a causadora do IFA, mas pode oferecer alívio da dor e melhora da movimentação.
As orientações são:
- Repouso e evitar atividades que causem desconforto e dor.
- Modificar a atividade física e evitar determinados exercícios que desencadeiam as dores.
- Medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos.
- Fisioterapia, ou atividades de correção postural e muscular como Yoga, Pilates ou hidroterapia, entre outras.
O tratamento cirúrgico para o impacto femoroacetabular é indicado quando as recomendações de tratamento não proporcionam alívio ao paciente. A cirurgia geralmente é por vídeoartroscopia, mas pode ser realizada também por via aberta.
Ainda não há evidências científicas de que a artroscopia pode curar ou prevenir a artrose do quadril. Estudos científicos comprovam que muitos casos de artrose são decorrentes de pequenas alterações morfológicas no formato da cabeça do fêmur e do acetábulo, que podem levar a degeneração ou lesão labral (fibrocartilagem do acetábulo que fica ao redor da cabeça do fêmur) ou lesão na cartilagem articular da cabeça ou acetábulo. Mesmo que muitas destas lesões e alterações possam ser corrigidas por cirurgia artroscópica, não há confirmação científica até o momento; ou seja, essas correções, mesmo precoces, não necessariamente evitam a artrose do quadril.
A indicação precisa da artroscopia de quadril está relacionada à sintomatologia dos pacientes (dor) e nas limitações dolorosas (relacionadas a algum tipo de movimento) em um quadril que apresenta uma causa mecânica (alterações do formato e estruturais) que evoluíram de forma insatisfatória após tratamento não cirúrgico, como alteração do gesto esportivo, afastamento das atividades desencadeantes da dor, limitação da amplitude de movimento e fisioterapia para fortalecimento e reequilíbrio da musculatura do quadril.
Foi observado que 80% dos atletas profissionais que foram submetidos à correta indicação de artroscopia de quadril retornaram ao esporte com ótimos resultados. Contudo o fator decisivo para indicação é que ainda não haja artrose evidente e limitante na articulação (deve haver portanto boa quantidade e boa qualidade de cartilagem articular).
Em teoria não há limitação de idade para a realização do procedimento, mas em pacientes mais idosos que já apresentam alterações degenerativas (artrose) do quadril, outros procedimentos cirúrgicos como artroplastia total apresentam resultados superiores ao da Artroscopia.
Em geral, a melhor indicação é para pacientes jovens que apresentam grande demanda física e ampla expectativa de vida. Correções de qualquer lesão ou variação anatômica sintomática é sempre bem indicada, pois mantêm uma correta configuração mecânica da articulação, alivia os sintomas e permitem a manutenção de certas atividades físicas. Em pacientes mais velhos a etiologia e magnitude do problema, bem como a expectativa dos resultados devem ser levados em consideração sempre comparando com outros procedimentos cirúrgicos.
A artroscopia não é um procedimento isento de riscos. É uma cirurgia que apresenta riscos inerentes ao procedimento. Por exemplo, durante a anestesia podem surgir reações alergênicas aos medicamentos ou ao posicionamento na mesa cirúrgica pela tração (técnica utilizada para abrir a articulação do quadril para realização da cirurgia) como lesões de pressão na pele e neuropraxias (perda de sensibilidade por tração ou compressão de um nervo que pode permanecer por dias). Em relação ao procedimento em si, podemos observar infiltração de soro em partes moles: subcutâneo e músculos ou até mesmo para cavidade abdominal (o soro é utilizado na cirurgia de videoartroscopia do quadril sob pressão, como meio de distender partes moles e auxiliar na visualização).
Hipercorreções do formato ósseo do impacto tipo CAM podem ocasionar fraturas ao nível do colo do fêmur ou quando do PINCER podem causar luxações do quadril. Dores residuais podem aparecer nos casos de hipo ou hipercorreções das deformidades do tipo CAM e PINCER, ou devido a lesões cartilaginosas pré-existentes (artrose). Mesmo quando todo o procedimento é realizado de forma correta pode haver complicações, como infecção pós-operatória, neuropraxias, deiscência dos pontos (abertura precoce), mas a grande maioria delas sãos reversíveis em curto prazo.
Não é qualquer ortopedista que tem a capacitação e nem todo hospital tem a estrutura necessárias para a realização este procedimento. Em relação ao hospital é necessário que haja uma sala cirúrgica ampla aparelhada com mesas especiais e equipamentos de apoio corretos para execução da artroscopia. Quanto ao médico é preciso que o ortopedista tenha não só conhecimento científico e técnico, para saber quando indicar o tratamento artroscópico, mas também é muito importante que tenha treinamento específico em artroscopia de quadril, visto que a complexidade do procedimento exige uma curva de aprendizado muito longa.
As principais indicações atuais são para os casos em que haja alterações na morfologia do quadril que ocasionem um contato anormal e sintomático da região de transição cabeça-colo femoral (CAM), ou com a borda acetabular (PINCER). Este mecanismo pode ocasionar fissuras ou lesões na região labral e alterações degenerativas na cartilagem perto da região do impacto. Outras indicações de artroscopia do quadril são: lesões labrais ou condrais isoladas, retirada de corpos livres intra-articulares, quadros inflamatórios secundários a doenças reumatológicas (a fim de aliviar os sintomas), casos de sinovite vilonodular e também em casos de infecção na articulação do quadril (artrite séptica).
Também podemos realizar cirurgias artroscópicas para doenças fora da articulação do quadril, como ressaltos ou estalidos dolorosos no quadril (decorrentes de tendões, músculos e fáscias que resvalam em uma borda óssea ou em outras estruturas periarticulares). Pode também ser uma forma para permitir a sutura de lesões ou roturas tendinosas dos músculos em torno do quadril, bem como em casos selecionados de lesões capsulares e de frouxidão capsulo ligamentar.
A artroscopia do quadril é uma cirurgia realizada por vídeo e instrumentais específicos com pequenas incisões de 1cm e geralmente na região lateral do quadril. É uma técnica moderna e minimamente invasiva que produz pouca agressão na musculatura ao redor do quadril (articulação coxofemoral). Recomendamos aos pacientes que serão submetidos a essa cirurgia a iniciar fisioterapia pós-operatória o mais breve possível. A fisioterapia precoce previne complicações como aderências articulares (rigidez articular), perda de mobilidade do quadril, atrofia muscular (perda de força do membro inferior) e contraturas musculares. No começo está indicada movimentação passiva do quadril, ou seja, o fisioterapeuta é quem realiza os movimentos, seguido por movimentação ativa, exercícios para ganho de força do membro inferior e bicicleta. Deve-se evitar flexão do quadril maior de 90º nessa fase e o leg-press. O ideal é realizar incialmente os exercícios acompanhados de um fisioterapeuta. O paciente deve permanecer em uso de muletas por alguns dias após a cirurgia (dependendo do que foi realizado no procedimento cirúrgico), mas nesse período pode apoiar todo o pé no chão sem soltar todo o peso do corpo. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor indicação de pós-operatório para seu caso.
O paciente que fez uma artroscopia de quadril pode sim voltar a correr, porém não de imediato. Ele deve permanecer em uso de muletas no pós-operatório realizando fisioterapia por um período. A reabilitação (recuperação) do paciente é realizada por etapas, sendo que a corrida está liberada assim que o paciente apresentar uma boa mobilidade do quadril, força muscular do membro recuperada e não apresente dores no quadril. Geralmente o paciente está liberado para correr após a avaliação de seu médico e isso ocorre por volta do 4º mês de pós-operatório. Recomendamos que incialmente comece a correr em terrenos pouco acidentados e com aumento gradativo da distância percorrida. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor indicação de exercícios para seu caso.
O retorno aos esportes é a última etapa da recuperação após a artroscopia do quadril. Para ser liberado para praticar algum esporte o paciente deve ser avaliado e examinado pelo seu médico. O paciente deve ter feito todo o tratamento pós-operatório de maneira adequada. Já deve ter realizado fisioterapia para ganho de movimentos do quadril, reforço muscular adequado (musculação), corrida, tudo isso sem sentir dores na articulação. Atividades de alto impacto como esportes com bola e lutas. Isso deve acontecer em média após 6 meses da cirurgia. Geralmente no ciclismo e natação o retorno acontece mais cedo (em torno de 3 meses). Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor indicação de exercícios para seu caso.
A resposta é sim. O objetivo principal da cirurgia é a melhora das dores no quadril do paciente e o retorno às atividades que ele realizava antes de começar a sentir essas dores. Porém, para conseguir voltar a jogar bola o paciente tem que ter paciência e estar ciente que a reabilitação (fisioterapia) é parte inerente do tratamento e deve seguir todas as recomendações repassadas pelo médico e pelo fisioterapeuta que o atende. Em média o retorno para jogar bola acontece 6 meses após a cirurgia. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor indicação de exercícios para seu caso.
O sucesso da artroscopia do quadril depende de 3 fatores fundamentais: técnica cirúrgica, grau das lesões encontradas durante o procedimento (cirurgia) e adesão do paciente ao tratamento pós-operatório (o paciente seguiu ou não as instruções do médico). O paciente tem que entender que a artroscopia além de ser um procedimento cirúrgico é também um procedimento diagnóstico. Durante a artroscopia podem ser observados lesões cartilaginosas avançadas que não foram identificadas nos exames de imagem prévios (até mesmo a Ressonância Magnética pode deixar de mostrar algumas dessas lesões). Essas lesões avançadas e graves são de mau prognóstico e com resultados ruins. Por último o paciente deve realizar todo o tratamento de reabilitação no pós-operatório para o retorno aos esportes. Assim, deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor conduta para seu caso.
O resultado de uma cirurgia para impacto femoroacetabular depende de diversos fatores. Os médicos geralmente analisam os dados de centenas ou milhares de pacientes e observam tendências e médias de resultados.
A artroscopia de quadril tem melhores resultados em: pacientes jovens (<45 anos), sexo masculino, magros (índice de massa corpórea-IMC <25), sem sinais de artrose. São fatores de um resultado não tão bom: idade elevada (>45 anos), sexo feminino, IMC elevado, sinais de artrose, diminuição do espaço articular (?2 mm), defeitos condrais (cartilagem), necessidade de tratamento do labrum e sinais de displasia (malformação) acetabular.
A chance de não precisar ser reoperado com média de 3 anos pós-operatório é de 94,5%, risco de complicações de 1,7%, chance de retorno ao esporte de 87,7%. Chance de não ser reoperado com 5 anos pós-operatório de 85% e com 10 anos pós-operatório em torno de 70%. A maior porcentagem de melhora ocorre nos primeiros 3-4 meses pós-operatórios, porém ainda se registra melhora até 2 anos pós-operatório.
O treinamento do cirurgião e a técnica cirúrgica empregada também influenciam no resultado. Sabe-se que a curva de aprendizado desse procedimento é longa, sendo assim cirurgiões experientes tem melhores resultados. A técnica artroscópica comparada a técnica aberta permite resultados equivalentes com recuperação mais rápida e menos complicações. Existem casos em que a técnica aberta é necessária por diversos motivos.
Para maiores esclarecimentos, procure um médico especialista em quadril associado da Sociedade Brasileira de Quadril.
Os movimentos a serem evitados dependem da forma do quadril e da localização da lesão labial. Como a grande maioria das lesões são anterolaterais, o grupo de movimentos que devem ser evitados são aqueles que provocam flexão excessiva do quadril, flexão associada à rotação interna ou mudança de direção rápida no esporte.
Movimentos que provocam flexão excessiva do quadril são aqueles que trazem o joelho perto do tronco, como por exemplo, exercícios de legpress na academia, agachamento profundo, afundo, burpee e outros.
Exercícios de flexão relacionados à rotação interna geralmente são realizados em esportes, como por exemplo: tênis, surf, baseball, golf e outros.
Mudança de direção rápida é realizada em uma série de esportes, como por exemplo futebol, basquete, handebol, futebol de salão e outros.
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Impacto femoroacetabular e artrose são duas patologias distintas do quadril. Impacto é uma síndrome marcada por alterações na anatomia morfológica da articulação do quadril, podendo ser na região femoral (impacto tipo came), acetábulo (impacto tipo pincer) ou em ambos (impacto tipo misto), sendo este o mais comum. Devido às deformidades, quando realizado o movimento do quadril, em especial durante a flexão e rotação interna, ocorre o choque (impacto) do colo do fêmur contra o rebordo do acetábulo, que gera lesões nas estruturas internas do quadril, como o lábio (labrum) e cartilagem. Com o tempo, o impacto poderá levar à degeneração da cartilagem e até à artrose.
Artrose é o nome que se dá ao processo degenerativo das articulações, neste caso do quadril. Uma articulação deve permitir os movimentos em várias direções e ser indolor. Quando se instala a degeneração ou o desgaste, ocorre perda de cartilagem e do espaço articular, com exposição do osso da articulação. Isso leva aos sintomas de dor e limitação de movimento articular, que leva à dificuldade nos movimentos e nas atividades de vida diária, como colocar um calçado e andar pequenas distâncias. Geralmente causa dores na região da virilha, que podem irradiar para os joelhos ou região lombar. Resumindo, existem diversas doenças que causam a artrose de quadril, sendo o impacto femoroacetabular uma delas.
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A dor proveniente do quadril pode derivar de várias causas, desde malformações articulares, como por exemplo a displasia (má formação) do quadril, inflamação dos tendões, bursites, lesões ligamentares, lesões labiais, lesões de cartilagem, artrose e impacto femoroacetabular, entre outros.
A dor do impacto femoroacetabular tem algumas características: pode ser gradual ou ter um episódio agudo. Localiza-se mais frequentemente na região anterior do quadril (virilha), podendo também irradiar para a região lateral ou posterior do quadril. A dor é exacerbada por alguns movimentos como flexão e rotação do quadril, entrar e sair do carro, realizar exercícios de flexão em academia, ou permanecer sentado. Para diferenciar a dor é necessária consulta e exame físico adequados e exames de imagem complementar.
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O tratamento depende do grau (estágio) da doença. A osteonecrose é uma doença de evolução difícil de prever. Consiste na interrupção do acesso sanguíneo à cabeça femoral. As causas são várias, desde origem genética a associada ao uso de corticoides ou derivados etílicos. Na fase inicial da crise da dor o tratamento pode ser conservador, com uso de medicação analgésica e anti-inflamatória, repouso, descarga de apoio com muletas e fisioterapia.
O procedimento de descompressão da área de necrose da cabeça femoral (perfurar a cabeça do fêmur) pode ser uma opção nos casos dolorosos, porém a chance de sucesso depende de diversos fatores. Nos estágios avançados em que a cabeça femoral já perdeu a forma esférica e a cartilagem se encontra bastante danificada, a prótese de quadril proporciona os melhores resultados.
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Não. O tratamento depende de alguns fatores como: a causa da osteonecrose, o estágio radiológico em que se encontra no momento do diagnóstico, a intensidade da dor do paciente e a progressão ou não da doença. Com relação à origem da osteonecrose, a causa não traumática mais frequente é o uso de corticoide em pacientes com doenças pulmonares crônicas, lúpus, artrite reumatoide, dentre outras, ou uso de derivados alcóolicos. Se não há como interromper o fator causal da doença, há uma elevada probabilidade de progressão e possivelmente o caso virá a se tornar cirúrgico. Nos casos com causa desconhecida, aqueles cuja progressão é lenta ou não acontece, ou quando o paciente é pouco sintomático, o acompanhamento com avaliação periódica pode ser indicado.
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A osteotomia periacetabular é um procedimento cirúrgico indicado principalmente para correção de uma doença conhecida como displasia do quadril (cobertura insuficiente da cabeça do fêmur), mas também pode ser feita para correção de alteração da posição do encaixe da bacia quando este é patologicamente direcionado para trás (retroversão acetabular).
A displasia residual do quadril do adulto pode ocasionar dores e desencadear artrose precoce nesta articulação. Esse procedimento cirúrgico foi realizado e descrito inicialmente por um ortopedista chamado Reihnold Ganz no ano de 1985 em Berna, na Suíça, e, por esse motivo é também conhecida como osteotomia de Ganz ou de bernese. Desde então foi difundida mundialmente e tornou-se a uma das opções para o tratamento da displasia do quadril do adulto.
A cirurgia é um procedimento que consiste em realizar cortes (osteotomia) nos ossos da pelve, o que permite o redirecionamento do acetábulo e a cobertura da cabeça do fêmur com cartilagem de boa qualidade. É necessário a estabilização da osteotomia com parafusos (geralmente 3 ou 4). O grande objetivo dessa cirurgia é realizar o redirecionamento do acetábulo e realizar a cobertura adequada da cabeça femoral.
As indicações dessa cirurgia são para os pacientes que possuem quadris displásicos e dolorosos, abaixo de 45 anos, com ausência de artrose. Existem contraindicações para essa cirurgia, como obesidade, displasia grave e artrose instalada na articulação, porém cada caso deve ser estudado individualmente para decidir sobre a indicação da cirurgia. Quando indicada seguindo critérios descritos, a chance do paciente preservar a articulação natural do quadril – sem ser necessário receber uma prótese – pode chegar até 90% nos primeiros 10 anos pós operatório, e de 70% com 20 anos pós operatório. Mas é importante o paciente saber que a segunda cirurgia (prótese de quadril) pode ser necessária em algum momento de sua vida.
A recuperação pós-cirúrgica consiste em restrição de carga no membro operado até haver a consolidação da osteotomia, o que pode demorar até 3 meses. A fisioterapia para ganho de força muscular no pós-operatório geralmente é necessária. Pacientes geralmente retornam às suas atividades normais após o quarto mês pós-operatório.
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Ambas são causas comuns de dores persistentes na região lateral do quadril. Por definição, tendinite é o processo inflamatório dos tendões do quadril. As tendinites causam dor quando se palpa o local ou quando se realiza força com estes determinados tendões, mas como são estruturas profundas, sua exata localização se torna difícil. As tendinopatias e rupturas dos tendões glúteo médio e mínimo são as causas mais comuns de dores persistentes ao longo da face lateral do quadril.
Já a bursa é uma estrutura anatômica preenchida com pouca quantidade de líquido, localizada entre as proeminências ósseas e tecidos moles subjacentes, como tendões e músculos. Sua função é permitir o deslizamento entre essas proeminências ósseas e partes moles. Quando ocorre uma sobrecarga mecânica, micro traumas repetitivos, associados a uma compressão da banda iliotibial (músculo lateral da coxa) sobre o trocanter maior (osso do culote), pode surgir a bursite. Existem em torno de 21 bursas no quadril, sendo as mais frequentemente acometidas as bursas subglútea máxima, subglútea média e mínima.
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O tratamento conservador (não cirúrgico) é a principal maneira. Como as tendinites estão relacionadas diretamente com a dor lateral do quadril e são de origem extra articular, podemos, num primeiro momento, adotar vários métodos para alívio da dor, como uso de medicamentos anti-inflamatórios, redução de peso, crioterapia (gelo) e fisioterapia analgésica (por exemplo estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), ultrassom (US), ondas curtas etc).
É importante o tratamento da causa da tendinite. Sendo assim, concomitante às medidas analgésicas, deve ser focado o tratamento funcional do quadril, que consiste em restabelecer o padrão muscular através da estabilização lombar, reforço da musculatura abdutora do quadril, reforço muscular abdominal, dos músculos rotadores externos, do quadríceps e do iliopsoas.
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Antes de qualquer palavra sobre o assunto, é fundamental entender que as lesões da cartilagem (condrais) do quadril são de difícil tratamento. Promessas de regeneração completa da cartilagem ou cura da artrose não são realistas e os tratamentos disponíveis visam a recuperação parcial da cartilagem.
O diagnóstico e o tratamento das lesões da cartilagem no quadril são um desafio contínuo na Ortopedia. As lesões condrais são comuns e podem ser classificadas pela sua gravidade, sua localização e por parâmetros de imagens e assim definir possíveis opções de tratamento.
O paciente com lesão da cartilagem do quadril necessita uma avaliação minuciosa do caso, com história apurada, exame clínico aprofundado e estudos de imagem. Radiografias simples são essenciais e a ressonância magnética e/ou a artro-ressonância magnética podem ou não ser necessárias para o diagnóstico de lesões condrais.
Já existem várias técnicas de tratamento para as lesões condrais no quadril e novas modalidades continuam sendo desenvolvidas, porém sem resultados reprodutíveis em muitos casos. Entre as técnicas de tratamento para as lesões de cartilagem, destacam-se:
- Condroplastia (desbridamento ou regularização da lesão);
- Microfratura da lesão, que são pequenas perfurações em toda área da cartilagem danificada;
- Transplante de cartilagem (transferência de cartilagem que pode ser do próprio paciente ou de cadáver);
- Implante autólogo de condrócitos (retiradas células de cartilagem, multiplicadas em laboratório e reimplantadas no paciente), permitido somente em protocolos de estudo;
- Condrogênese autóloga induzida por matriz (realizada microfratura e colocada membrana na superfície que ajuda a diferenciar células em cartilagem).
Os resultados das técnicas citadas dependem de uma indicação e técnica cirúrgicas precisas, sendo que muitas estão em desenvolvimento com resultados inespecíficos e nem sempre reprodutível para todos os pacientes.
Para maiores esclarecimentos, procure um médico especialista em quadril associado da Sociedade Brasileira de Quadril.
A seleção cuidadosa dos pacientes é fundamental para alcançar bons resultados com a artroscopia do quadril. Nas lesões avançadas da cartilagem do quadril devemos evitar a artroscopia e realizar logo a prótese do quadril. A artroscopia de quadril deverá ser contraindicada em caso destes sinais de alerta:
- dor difusa e constante no quadril;
- dor em repouso;
- dor noturna;
- grande restrição de movimento do quadril;
Em casos de artrose, cistos e edemas ósseos importantes nas zonas de carga, os resultados são muito inferiores e a indicação da cirurgia depende muito da clínica e expectativa do paciente.
Para maiores esclarecimentos, procure um médico especialista em quadril associado da Sociedade Brasileira de Quadril.
A viscosuplementação dos quadris é a injeção de ácido hialurônico dentro das articulações com objetivo de:
- Restaurar as propriedades bioquímicas do líquido sinovial;
- Melhorar a mecânica contra impactos, como um amortecedor;
- Efeito Analgésico e anti-inflamatório.
O ácido hialurônico é naturalmente produzido pelas células da membrana sinovial (membrana que reveste as articulações). Suas propriedades físico-químicas são determinadas por sua massa molecular e conformação espacial. É indicado para os casos de artroses leves e moderadas, e excepcionalmente para tendinopatias e bursites. Mecanismo de ação: a articulação com artrose apresenta grande ativação dos sinoviócitos (células da membrana sinovial), que produzem várias citocinas e enzimas que geram um processo inflamatório lesivo à cartilagem articular. O ácido hialurônico é um modulador desta inflamação, pois melhora a função reparadora do líquido sinovial e promove efeitos mecânicos com melhor distribuição de forças.
O ácido hialurônico artificial pode ter 2 origens:
- Aviária: a partir de matéria-prima animal (crista de galo);
- Fermentado por bactérias.
A viscosuplementação pode ser realizada ambulatorialmente ou em centro cirúrgico, preferencialmente guiada por método de imagem (ultrassom ou fluoroscopia). A frequência das aplicações dependerá das características do produto e da experiência do profissional, podendo ser aplicada de forma única ou semanalmente, de três a cinco semanas, podendo a sequência escolhida ser repetidas até duas vezes por ano. O ácido hialurônico não é um medicamento que cura a artrose, é um método paliativo que pode ser utilizado para diminuição da dor, mas que tem efeitos colaterais e riscos.
Para maiores esclarecimentos, procure um médico especialista em quadril associado da Sociedade Brasileira de Quadril.
Não existe a melhor prótese de quadril. Existe a prótese ideal para cada paciente, que leva em conta diversos fatores, como a experiência do cirurgião, a idade do/a paciente, a qualidade do seu osso, a qualidade dos seus músculos, outras doenças que podem gerar debilidade no quadril, dentre outros fatores. Para maiores informações o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor prótese para ele/ela.
Sim, existe indicação na literatura médica para o uso de Plasma Rico em Plaquetas (PRP) no quadril em casos de artrose, tendinites, bursites, dores articulares e necrose avascular da cabeça femoral. No Brasil, o PRP deve ser utilizado somente em projetos de pesquisa ou em uso compassivo, com autorização dos órgãos competentes (CRM/CFM/COMITÊS DE ÉTICA).
O PRP autólogo, preparado com o sangue do próprio paciente, é o preferido, por diminuir a chance de efeitos adversos do tratamento. É um produto orgânico, atóxico e não imunorreativo. O PRP é um concentrado de plaquetas em um volume limitado de plasma, com o número de plaquetas aumentado em 3-10 vezes em comparação ao sangue periférico, contendo também fatores de crescimento que vão gerar em alguns tecidos a proliferação celular e a remodelação, além da angiogênese e vasculogênese. O PRP tem múltiplas ações, sendo o efeito anti-inflamatório um dos principais responsáveis pelo seu sucesso no alívio da dor.
Para maiores esclarecimentos, procure um médico especialista em quadril associado da Sociedade Brasileira de Quadril.
Não. Existem diversos tipos de prótese, com tamanhos diferentes, materiais diferentes, cimentada ou não cimentada, dentre outras características. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor prótese para ele/ela.
Não. Existem diversos tipos de prótese, com tamanhos diferentes, materiais diferentes, cimentada ou não cimentada, dentre outras características. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor prótese para ele/ela.
Uma boa prótese de quadril implantada tem uma expectativa de alta durabilidade, entre 20 e 30 anos. Esta durabilidade depende de diversos fatores, incluindo a prótese e o cirurgião, além do/a próprio/a paciente, que deve evitar ganho de peso e esforços físicos exagerados no seu quadril.
A prótese de componentes de deslizamento de cerâmica tende a ter uma durabilidade maior. A cerâmica, entretanto, pode em raros casos quebrar (fratura da cerâmica) ou gerar um som audível com os movimentos (“squeaking”). Não é possível, pois, afirmar que a prótese de cerâmica é melhor, existem prós e contras. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor prótese para ele/ela.
Não existe uma prótese melhor que a outra. A decisão de utilizar componentes cimentados ou não cimentados deve ser feita por um bom especialista, que leva em conta sua experiência e a qualidade do osso do/a paciente. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor prótese para ele/ela.
Sim. Inclusive os exercícios físicos são recomendados para melhoria da musculatura e consequente maior eficiência da cirurgia, com aumento da amplitude dos movimentos e ganho de força na articulação do quadril. Os exercícios indicados são os de baixo impacto, evitando sempre os de alto impacto a fim de não proporcionar sobrecarga na prótese. É sempre importante conversar com o seu médico para que o mesmo explique sobre os movimentos que possam ou não serem realizados. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor indicação de exercícios para seu caso.
Que tipos de exercício? Os mais recomendados são os exercícios de baixo impacto como natação, hidroginástica, pilates, bicicleta, musculação moderada e caminhada. É preciso considerar que alguns movimentos devem ser evitados, como: flexão exagerada do quadril, adução (fechamento) exagerado e rotação interna ou externa do membro operado, principalmente nas primeiras 6-8 semanas da cirurgia, pois, dependendo do tipo de acesso utilizado, existe o risco de luxar (deslocar) a prótese. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é o melhor exercício para ele/ela.
Posso correr? Corrida não é um exercício recomendado, independentemente do tipo da prótese ou acesso cirúrgico utilizado na artroplastia, pois as próteses normalmente não suportam impactos deste tipo, podendo haver quebra da mesma, desgastes, solturas precoces ou fraturas próximas ao implante. Caminhadas e pequenos trotes podem ser realizados com bom senso. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor indicação de exercícios para ele/ela.
Posso jogar bola? Jogar bola de forma intensa, participando de uma partida ou campeonatos de futebol, não é recomendado, pelos mesmos motivos da corrida. Devido ao impacto e possível dano à prótese como quebra da mesma, desgaste, soltura precoce ou fratura próximas ao implante. Mas nada impede de você “brincar” de bola com amigos e filhos, com bom senso e evitando corridas excessivas ou quedas. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor indicação de exercícios para ele/ela.
Posso esquiar? Esqui não é um esporte recomendado pelo risco de impacto e quedas que são frequentes, ainda mais pela velocidade da queda e posições variadas capazes de deslocar ou danificar a prótese ou os ossos. Assim, o/a paciente deve sempre procurar um especialista associado à Sociedade Brasileira de Quadril para que ele possa fazer uma adequada avaliação e decidir qual é a melhor indicação de exercícios para ele/ela.
Os idosos apresentam maior frequência de perda de massa muscular (sarcopenia) e perda de massa óssea (osteoporose), especialmente as mulheres após menopausa, em decorrência da queda dos níveis de hormônios.
A sarcopenia leva a uma marcha mais lenta e instável, o que favorece o aumento na ocorrência das quedas, as quais, por conta da perda dos reflexos de defesa naturais, tende a ser de lado, impactando de forma direta o quadril contra o solo. Os ossos do quadril, principalmente com osteoporose, não resistem à energia do trauma e acabam por sofrer fratura.
O tipo de fratura do quadril mais comum no idoso é na região chamada transtrocanteriana do fêmur; a grande maioria destas fraturas necessita de tratamento cirúrgico com objetivo de buscar a mais rápida recuperação do paciente.
As fraturas do colo do fêmur são divididas basicamente em 2 grupos: desviadas, em que ocorre separação dos fragmentos ósseos, e sem desvio. As fraturas sem desvio, como regra, são tratadas por métodos de fixação (osteossíntese = colocação de parafusos). Já as fraturas desviadas, nos idosos, tem como método preferencial de tratamento a artroplastia do quadril (prótese de quadril).
Estas modalidades de tratamento cirúrgico permitem que o paciente possa se movimentar precocemente e, na maioria das vezes, caminhar com auxílio de andador ou muletas desde os primeiros dias após a cirurgia, o que previne complicações decorrentes do imobilismo (repouso excessivo na cama).
As recomendações podem variar dependendo do procedimento realizado e de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.
Sim. O tratamento de escolha é a cirurgia. Lembramos que devemos mobilizar (tirar) o paciente do leito, o mais rápido possível. Este é o nosso objetivo principal. Isto estará minimizando riscos de complicações como a trombose, embolia, infecção pulmonar, infecção urinária e outras. As recomendações podem variar dependendo do procedimento realizado, e de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.
Caminhar o mais precocemente possível sempre é o objetivo após uma cirurgia de quadril. Além de restaurar mais precocemente sua condição funcional, evita uma série de complicações relacionadas ao imobilismo. Contudo, dependendo do procedimento realizado, algumas restrições de mobilidade podem ser necessárias para permitir a cicatrização do osso ou dos outros tecidos lesionados no trauma (tendões, músculos e ligamentos). Seu ortopedista orientará quanto a essas restrições após a cirurgia. O acompanhamento no consultório também é fundamental para continuar com as orientações até sua completa recuperação.
As recomendações podem variar dependendo do procedimento realizado e de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.
Uma equipe multidisciplinar é recomendada para a recuperação de um paciente, quando este é submetido a um procedimento cirúrgico. Falando especificamente dos profissionais de fisioterapia no pós-operatório das fraturas do quadril, seu trabalho é indicado, principalmente no paciente idoso. As fraturas do quadril evoluem com perda de massa e força muscular logo nos primeiros dias. O trabalho da fisioterapia é de auxílio na recuperação da musculatura, equilíbrio e coordenação motora desse paciente, para que ele volte a deambular, após a liberação de carga pelo médico.
As recomendações podem variar dependendo do procedimento realizado, e de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.
As alterações mais comuns no quadril de um idoso são sem dúvidas as fraturas da região mais alta do fêmur (chamadas de fraturas do colo femoral e de fraturas transtrocantéricas. Ambas são condições com indicação formal de tratamento cirúrgico. Apenas as fixações (nas fraturas transtrocantéricas) ou a artroplastia (para a maioria das fraturas do colo em pacientes com mais de 80 anos) podem devolver ao paciente sua qualidade de vida, evitando que se instale a síndrome da imobilidade do idoso, cujo risco de óbito (pneumonia, trombose, embolia, escaras de decúbito) é considerável.
As recomendações podem variar dependendo do procedimento realizado e de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.
As fraturas do quadril são, de um modo geral, típicas de pacientes idosos e por consequência, são fraturas que requerem um tratamento mais ágil, permitindo que o paciente retome suas atividades diárias com maior brevidade. Essas fraturas, portanto, são de tratamento cirúrgico em sua maioria. A idade, quando avaliada isoladamente, não representa um fator de gravidade para a anestesia nem para a cirurgia do quadril. Deve-se investigar se o paciente em questão tem doenças associadas, e se elas estão compensadas ou não. Existem trabalhos que mostram que a cirurgia tem melhores resultados que o tratamento clínico nas fraturas do quadril. E uma equipe multidisciplinar experiente (clínico ou geriatra, anestesiologista, ortopedista e fisioterapeuta) é fundamental para resultados mais satisfatórios).
As recomendações podem variar dependendo do procedimento realizado e de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.
A artroplastia (prótese) de quadril tem 2 indicações formais: as artroses dolorosas e as fraturas do colo femural desviadas em idosos e algumas vezes até em jovens. As artroses dolorosas são bem raras em pacientes muito idosos, já que esta doença é típica de adultos jovens. Mas, no caso de um idoso acima de 80 anos que tenha condições clínicas favoráveis e tenha uma artrose dolorosa que comprometa sua qualidade de vida, a cirurgia tem sim indicação.
Nos casos de fraturas de colo femural em idosos a indicação da prótese de quadril é formal. Só com a cirurgia é possível permitir que o paciente se sente no leito e volte a deambular precocemente, evitando-se assim o fator que mais contribui para uma maior mortalidade: a imobilização prolongada no leito. Manter o paciente idoso restrito no leito aumenta consideravelmente os riscos de trombose e embolias, pneumonia, escaras, e até óbito.
As recomendações podem variar dependendo do procedimento realizado, e de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.
As opções de tratamento da fratura do acetábulo no idoso podem ser:
Não cirúrgico (conservador): indicado para fraturas sem desvio ou pouco desviadas, fraturas desviadas em pacientes muito idosos, não deambuladores e portadores de doenças que contraindicam a cirurgia. O paciente permanece em repouso, sob analgesia e anticoagulado, podendo sentar assim que suportar. Os riscos de complicações devido a imobilização no leito são grandes.
Cirúrgico: osteossíntese (placas e parafusos) ou artroplastia imediata. • Osteossíntese (fixação da fratura com placas e/ou parafusos): indicado nas fraturas desviadas em pacientes ativos, independentes, com boa condição clínica e boa qualidade óssea. Não poderá estar associada a fratura do colo ou da cabeça femoral. A cirurgia deverá ser realizada em um único ato cirúrgico e uma única abordagem.
Artroplastia imediata (prótese): Está indicada em caso de fratura com grande desvio, condições clínicas desfavoráveis, osteoporose avançada, fraturas associadas do colo e/ou cabeça femoral, e em alguns tipos de fraturas complexas do acetábulo.
As recomendações podem variar dependendo do procedimento realizado e de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.
O edema ou “inchaço” pode ocorrer no período pós-operatório de uma cirurgia do quadril, porém quando há presença deste sintoma é necessária a avaliação médica para se afastar a possibilidade de uma trombose venosa profunda (TVP).
A trombose venosa profunda pode ocorrer mesmo com as medidas de prevenção como medicação anticoagulante, meias de compressão e mobilização precoce. Por isto, nesta situação um médico deve ser acionado para realizar a avaliação clínica.
O tromboembolismo é uma das complicações mais comuns após uma artroplastia (prótese) do quadril. Mesmo com as medidas profiláticas mecânicas (meias ou bombas de compressão e mobilização precoce) e farmacológicas (medicações) esta patologia pode ocorrer. É importante também ressaltar que a perna oposta (contralateral) pode ser acometida pela trombose.
O pico de incidência de trombose venosa profunda é 4 a 17 dias após a cirurgia, porem há relatos da ocorrência desta patologia em até 35 dias de pós-operatório. É sempre prudente por isso mesmo observar os sintomas de “inchaço” e dor nas pernas por até 35 dias da cirurgia de prótese do quadril.
As fraturas da pelve do idoso são resultados de quedas da própria altura. Chamamos de fraturas de baixa energia. São na sua maioria fraturas sem desvio ou com pouco desvio, não comprometendo a estabilidade da pelve. Desta forma, geralmente a opção de tratamento é conservador (ou seja, sem cirurgia), feito da seguinte maneira:
O paciente permanecerá em repouso, que chamamos de repouso relativo; deverá assentar e locomover-se com auxílio de cadeira de rodas ou andador por um período de 2 a 3 semanas. Isto, juntamente com uso de medicamentos para dor. Após este período poderá fazer uso de uma bengala ou andador para locomoção até o período final da consolidação, que pode demorar de 8 a 12 semanas. Importante lembrar da necessidade de mobilizar (tirar) o paciente o mais rápido possível do leito, para evitar complicações como: trombose venosa profunda, embolia pulmonar, pneumonia, infecção trato urinário, e outras.
O tratamento cirúrgico (fixação da fratura com parafuso), poucas vezes é necessário. Pode ser necessária a cirurgia geralmente nas fraturas com maiores desvios, ou naqueles pacientes com persistência da dor após procedimentos conservadores, com objetivo de alívio da dor e de mobilizar estes pacientes do leito.
As recomendações podem variar dependendo do procedimento realizado e de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.
Sim, existem várias maneiras de prevenir fraturas do fêmur proximal em indivíduos idosos. As quedas em ambiente domiciliar são responsáveis pela grande maioria destas fraturas: deve-se ter cuidado com tapetes, ambientes mal iluminados (principalmente no período noturno quando o idoso acorda para ir até o sanitário), cadeiras baixas e sem apoio nas laterais, pisos desnivelados, presença de objetos no chão, não uso de calçados com solados antiderrapantes e presença de animais domésticos em ambientes internos. Além dos cuidados com o ambiente domiciliar, é importante o controle de patologias que prejudicam o equilíbrio e a saúde geral do idoso. Exemplos: perda da acuidade visual, osteoporose (perda de massa óssea), sarcopenia (perda da massa muscular), doenças neurológicas, diabetes e hipertensão arterial. Portanto, com medidas simples como a utilização de óculos, atividade física regrada, cuidados com ambiente domiciliar, alimentação saudável e controle medicamentoso de doenças associadas, existe sim como prevenir a ocorrência das fraturas do fêmur proximal.
As recomendações podem variar dependendo de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.
O mecanismo mais comum da fratura do quadril no idoso é a queda dentro de casa, chamada de queda da própria altura (ou fratura de baixa energia). Nesta idade é comum a ocorrência de osteoporose (fraqueza dos ossos), havendo uma maior chance de fraturar com a queda. Há relato na literatura que em pacientes com grau elevado de osteoporose, o osso torna-se tão enfraquecido que um movimento de torção (rotação) do quadril, pode levar a uma fratura (então chamada de fratura patológica) que por sua vez leva o paciente à queda.
As recomendações podem variar dependendo de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.
São fraturas causadas por impacto de repetição, geralmente de baixa energia. Mais comum em mulheres de 16 a 56 anos. São raras, geralmente ocorrem em praticantes de corridas. Pacientes queixam dor na região anterior do quadril ou região inguinal, que piora com atividades físicas e alivia ao repouso. No início, em 2/3 dos pacientes não se percebe alterações nas radiografias, que podem mostrar alterações somente após 6/8 semanas do início dos sintomas. A ressonância magnética é o exame padrão ouro para o diagnóstico. O diagnóstico e tratamento precoce (cirúrgico ou não cirúrgico) evitam o desvio da fratura e auxiliam na recuperação total do paciente. O tratamento não cirúrgico, com analgesia e uso de muletas sem apoio do membro acometido, é indicado quando a fratura é incompleta e compromete até 50 % do colo femoral. O tratamento cirúrgico (fixação com parafusos) é indicado nas fraturas completas com ou sem desvio.
As recomendações podem variar dependendo do procedimento realizado, e de cada paciente. Procure um especialista em quadril da Sociedade Brasileira de Quadril para maiores esclarecimentos.